Brasil recebe certificação de país livre da febre aftosa com vacinação

A diretora-geral da OIE, Monique Eloit, entregará o certificado sanitário ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, na sede da organização em Paris, durante a 7ª Sessão Plenária da instituição. A Comissão Científica da OIE aprovou a certificação do Brasil em 2017, mas os 181 países integrantes da organização oficializam a decisão nesta quinta-feira.
A partir da década de 90, as estratégias de combate à doença passaram do controle para a erradicação, com a implantação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa), que previu a ampla participação do setor privado e a regionalização no combate a doenças, entre outras ações.
A última ocorrência de febre aftosa no Brasil foi em 2006, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, na região de fronteira com o Paraguai. Em 2007, Santa Catarina recebeu o reconhecimento da OIE como livre de febre aftosa sem vacinação. Esse é o próximo status a ser buscado pelo país: gradativamente, retirar a vacinação do rebanho até 2023, para que, até 2026, haja a certificação internacional pela OIE, de país livre de aftosa sem vacinação.
O vírus da febre aftosa é altamente contagioso. O animal afetado apresenta febre alta, que diminui depois de dois ou três dias. Em seguida, aparecem pequenas bolhas que se rompem, causando ferimentos. O animal deixa de andar e comer e, no caso de bezerros e animais mais novos, pode até morrer. A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção.
O vírus está presente em grande quantidade nas feridas e também pode ser encontrado na saliva, no leite e nas fezes dos animais. A transmissão pode ocorrer por contato direto com outros animais infectados ou por alimentos e objetos contaminados. Calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes também podem transmitir o vírus, que é capaz de sobreviver durante meses em carcaças congeladas.
Agência Brasil